15 de agosto de 2010

sobre a primeira noite.


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Hold on!/Hold on!/Don't be scared/You'll never change what's been and gone
May your smile (May your smile)/Shine on (Shine on)/Don't be scared (Don't be scared)/Your destiny may keep you warm
'Cause all of the stars/Are fading away/Just try not to worry/You'll see them some day/Take what you need/And be on your way/And stop crying your heart out
Get up (Get up)/Come on (Come on)/Why you scared? (I'm not scared)/You'll never change what's been and gone
'Cause all of the stars/Are fading away/Just try not to worry/You'll see them some day/ Take what you need/ And be on your way/ And stop crying your heart out
Where all us stars/ We're fading away/ Just try not to worry/ You'll see us some day/ Just take what you need/ And be on your way/ And stop crying your heart out
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"seu destino pode mantê-la aquecida".

13 de julho de 2010

o meu lugar nisso tudo.

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Enquanto minha ida pra Londres se aproxima e se torna mais real, alguns sentimentos, que antes eu desconhecia - ou ignorava - começam a aparecer. Sentimentos quanto ao espaço da casa, da cidade, da língua, da cultura, que não serão mais os meus e darão lugar a casa, cidade, língua e cultura tão pouco familiares; quanto aos amigos e a família que ficam, às histórias que ficam e continuam sem mim.
Não é aquela história de valor tardio, de só valorizar depois que a perda acontece. Não é isso, não é isso que eu sinto.
Foram poucas as vezes, que eu me recordo, em que tive o sentimento de não viver e valorizar o que me rodeia. É claro que eu, como boa "católica não-praticante", não sou daquelas de longos e constantes agradecimentos. O que existe, de fato, é um "obrigada por esse edredon quentinho", um zelo pelo lar, uma tentativa de sempre estar bem onde estiver. Mais do que isso, me pego sempre admirada observando, pela janela do ônibus, a vida em BH: a correria das pessoas, os distraídos nos butecos, os trabalhadores até altas horas nos pontos de ônibus. Admiro o anonimato e me sinto contente em fazer parte disso, desses prédios, desse caos, dessa vida meio agitada, meio solitária. Acho bonito. Assim como fico perplexa com a beleza de uma noite de inverno em São Vicente, com o vento frio no rosto e o silêncio ao meu redor. E, mais uma vez, sorrio e digo: "obrigada". Pra seja lá quem me ouve!
E quando penso nos amigos e na família, não é diferente. Há muito tempo entendi que não é possível ficar pela metade nas ocasiões. Às vezes acontece, torna-se necessário, para manter certas relações. Mas não é nada agradável (nem para mim, nem para os outros) estar em uma festa de aniversário repleta de pessoas cheias de energia, quando na verdade eu gostaria de estar gastando meus ATPs assistindo a um bom filme. E o contrário também é verdadeiro. O que me propus, portanto, é ficar inteira nas ocasiões, aproveitar meu momento com as pessoas, ser sincera no meu relacionamento com elas. Como diria meu querido Renato Russo: "só apareço, por assim dizer, quando convém aparecer..."
Esta postura me ajudou a aceitar que não é possível ser amada por todos, até porque eu não gosto de todo mundo. Mas me ajudou a estabelecer relações sinceras e fortes com as poucas pessoas que compartilham ou aceitam a minha postura. Com os outros eu aprendi a "fazer sala" e a deixar que me conhecessem pelas beiradas.
O que me chama atenção, portanto, nesses sentimentos que vêm aflorando, não é a falta. Não é mais a pergunta: "mas e aí, quem fica disso tudo?". O que agora eu percebo, na verdade, é o quanto eu faço parte. O quanto minhas relações já foram estabelecidas, estando eu na Inglaterra, na China ou em Marte. Percebi que o trio "Marcela-Paulinha-Luiza" só será um trio com a Luiza. Que a turma de 2009 do Proef-2 sempre precisa do meu empurrãozinho pra marcar seus encontros. Que mesmo ocupadas, desocupadas, em outro estado, ou mamães, as amigas e os amigos que eu fiz neste projeto sempre me darão notícias. Que a turma de São Vicente me aceita mesmo saindo sem muita frequência e nem chegando perto da pinga. E por aí vai.
Cantando com a mulherada doida da família esse fim de semana, pude entender isso. Enquanto Paula Toller dizia

"nunca soube, nada saberei,
sigo sem saber
que lugar me pertence, que eu possa abandonar...
que lugar me contém, que possa me parar..."


eu também me perguntava ao som da música. A conclusão de que eu já faço parte dessas histórias, de que meu lugar existe, seja na família, com os amigos ou na dinâmica da cidade, me fez ficar contente. E, mais uma vez, agradecer.

26 de junho de 2010

sobre o necessário e desejado...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
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Fernando Pessoa.

20 de junho de 2010

Sobre as reticências. Ponto final.

roubado do blogdadri, que eu leio toda semana. mas isso ainda é um segredo.
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Luisa
(Mariana Clark)

Luisa foi e Luisa voltou tantas vezes em minha cabeça desde aquele dia em que lhe pedi que nunca mais falasse comigo ou me mandasse qualquer coisa mesmo que fossem sinais de fumaça. Não quero perder o tempo de minha vida com você, Luisa, ou que ache que sou capaz de ser um pouco melhor, mais calmo ou mesmo que eu finja ser um adulto. Me irritou profundamente toda essa enrolação para não chegar a lugar nenhum e pode deixar que vou te mandar a conta dos meus três minutos perdidos que nunca terei de volta. Gostaria de falar sobre política, a situação anda catastrófica. Nem sinal de melhoria nas estradas, as federais e as que me levam até você. É difícil governar tamanha situação em que nos perdemos e procuramos nos achar em lugares em que já tivemos mas não estamos mais. Por mais que eu diga essas palavras duras e que Luisa ache tarifa mais barata em outras pessoas, alguém quem sabe que ache isso tudo uma primavera ou mesmo que no inverno uma primavera. Não sou assim, nunca fui fácil, sempre fingi ser coisas que não era. Eu e todas as outras pessoas, obviamente, mas poucas o admitem. E ainda me acho melhor do que os outros por isso, por ter esse gênio difícil, essas palavras duras. Enfim, que Luisa tenha ido e voltado várias vezes e eu tenha a pedido em casamento e depois jogado suas roupas pela janela, ela me chamando de intratável, eu concordando. Coisa mais triste. Eu concordando. E assim, nos odiando nos mesmos lugares em que antes nos amando. E eu agora, sozinho, escrevendo. Eu sozinho escrevendo. Olhando pela janela, confundindo as nuvens com sinais de fumaça. E as gaivotas que, juro, antes não estavam lá.

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porque a saudade ainda dói e isso é o mais próximo que posso chegar do que já fomos. e ponto final.

28 de maio de 2010

Um blog!

Um dia eu mostrei esse blog pra Olívia. É, assim, morrendo de vergonha de alguém saber que eu tenho um blog.

Uai, claro!

Um blog assim, com motivo específico (tipo a minha viagem pra Londres) é bem legal. Mas um blog por um blog, só pra postar textos meus, eu achava vergonhoso. Muito narcisista, sabe?

Olívia não viu nada demais e só comentou: "Eu gostaria de ver mais textos seus..."

Assustei. Mas não era exatamente disso que eu tinha vergonha? Quem é que vai querer vir aqui pra ler as minhas falações? Ou, pior, pra ler minhas reflexões (tão repetitivas!) de gente que faz análise? A resposta, totalmente previsível, é: ninguém.

E é exatamente por isso que esse é o blog mais controverso da história: ele existe, está na internet, pode ser encontrado a qualquer momento por qualquer pessoa mas eu finjo que ele não existe! Ele é público, tá aqui pra todo mundo ler, mas eu não o mostro e ele não é visitado.

Então pra que raios essa bagaça serve?!?

Serve pra eu me sentir menos sozinha. Serve pra eu resolver meu problema, existente desde a infância, com diários. Serve pra eu ir salvando, de acordo com meu humor e com o correr da vida, as mensagens bonitas que inúmeras vezes pulam nos meus olhos.

A solidão tem me acompanhado muito nos últimos tempos. Vivo em uma casa com "recém ex-pré-vestibulandos" tão cheios de energia que me cansam. Penso em um futuro do qual praticamente nenhuma das pessoas que eu amo faz parte. Faço contas e reflito sobre a logística da "moradiaXtransporte" o dia inteiro. E passei até a me interessar pelos números da Bolsa de Valores...

Gosto deste blog pois por aqui não existe a ditadura da data, que os fabricantes de agenda insistiram em instaurar. Este fato fez com que hoje, ao reler meus escritos dos 12 anos, eu encontre inúmeras pérolas sobre os meus dias em que nada de interessante acontecia. O que, portanto, explica eu sempre abandonar meus diários beirando abril.

Passado o problema de escrever quando me der vontade, estou trabalhando o fato de escrever o quê me der vontade. Então, por ora, uso pessoas pra falarem por mim e, vez ou outra, escrevo umas abobrinhas. Já que, afinal de contas, estou autorizada. Pelo menos até este virar um blog "com objetivo", o portal das minhas experiências nas terras da rainha.

2 de maio de 2010

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"Mas essa vida é passageira,
Chorar eu sei que é besteira,
Mas, meu amigo,
Não dá pra segurar..."
(Vida passageira - Ira!)
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eu nunca pensei que a morte fosse tão incômoda e dolorida. na verdade, eu nunca penso sobre ela. ignoro solenemente.

e hoje, quando ela me bate com tanta força e me apresenta pensamentos e sentimentos que eu desconhecia, entendo que, provavelmente, eu não dava a ela a devida importância.
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29 de abril de 2010

Sobre grandes passos e grandes decisões

Eu vou pra Londres em agosto.

Sim, é uma decisão. Já foi pensada, repensada, rerepensada, avaliada, negada, diminuída, abafada, reavaliada, considerada, sonhada, esperada, desejada, decidida.

Foi um parto. Assim como escrever trabalhos sobre a Sociedade Colonial “em pelo menos 20 páginas” ou ler todos os textos de Historiografia Brasileira para a prova do dia seguinte.

É verdade que foi menos dolorido, mas o peso foi igual. Era eu comigo mesma, sabe? Era o momento em que eu finalmente seria sincera comigo: eu não quero um emprego formal (pelo menos não agora!), eu não quero dar aulas, eu não quero estudar mais, eu não quero estabilidade!

E eu precisei ter muito peito pra dizer isso, o que, convenhamos, é um problema pra mim (ai ai, adoro trocadilhos!). A cobrança nunca foi explícita. Mas existe. Existe em cada conversa com conhecidos em que te perguntam se você já se formou, se vai tentar mestrado e o que vai fazer da vida. A melhor parte da conversa é aquela em que te comparam com um colega, aquele mesmo, da sua idade, que está super bem empregado em uma multinacional.

Sério: foda-se.

Aposto toda a minha coleção de vinis que meu curso foi muito mais bem empregado do que o da metade dessa galera “bem sucedida” aí. Só porque a partir de 2010 eu resolvi não usar formalmente a Licenciatura em História, que me foi dada em 2009 por João Pinto Furtado (sim, uma dó terem roubado isso dele...), não quer dizer que eu já não tenha usufruído de milhões de coisas que ela pôde me oferecer durante os cinco anos que freqüentei a FAFICH.

E agora eu poderia falar das tantas coisas que a graduação me ofereceu. Poderia falar do espírito crítico que eu desenvolvi (e agora a Lê se pergunta: “mais?”); da minha capacidade de análise de um contexto; da minha habilidade para me expressar; da minha compreensão, e incômodo, sobre a realidade brasileira; da minha necessidade de dividir este crescimento com Jovens e Adultos interessados; da minha capacidade de me relacionar com as pessoas; dos inúmeros, verdadeiros e apaixonantes amigos que eu fiz na UFMG e, até mesmo, da minha capacidade de picaretar e encher lingüiça lindamente em um texto.

Mas detalhes não são necessários. Isso tudo é meu, sabe? A minha relação com a História não é fácil, nem de entender nem de esquecer. E foi forte e importante. Mas, por hora, ela não será o centro da minha vida. E talvez nunca mais seja. Quero me dar o direito de ter tempo para descobrir.

Eu quero, finalmente, não me encaixar. Não quero corresponder às expectativas de ninguém, não quero ser comparada, não quero estar “como todo mundo”, não quero fazer planos “para quando eu for feliz”. Eu quero me perder para me encontrar.

Sempre foi tudo muito certo, sabe? Eu preciso não saber falar, não saber onde, não saber como... Eu quero isso! E tenho dito.

Eu quero mais é tirar foto na frente do Big Ben (de cachecol!); descer a “Portobello Road” no melhor estilo Caetano Veloso, a caminho do “sound of reggae”; comer “Fish and Chips” e blueberry; ver neve e aprender a valorizar os dias de sol.

É isso o que eu quero. E nada eu quis tanto em toda a minha vida. E eu nunca fiquei tão feliz por afirmar uma coisa pra mim.

27 de abril de 2010

sobre os últimos meses...

"Eu tenho andado tão sozinho,
Que eu nem sei no que acreditar
E a paz que busco agora,
Nem a dor vai me negar."

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e não é que sem o Cazuza o Frejat também fala bonito?

5 de fevereiro de 2010

"Não Vou!...

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor..."

(Canto de Ossanha - Vinicius de Moraes e Baden Powell)

15 de janeiro de 2010



"Será que a sorte virá num realejo?/ Trazendo o pão da manhã/ A faca e o queijo/ Ou talvez... um beijo teu/ Que me empreste a alegria... que me faça juntar/ Todo resto do dia... meu café, meu jantar/ Meu mundo inteiro.../ que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar/ Nem segredo que possa contar/ Enquanto é tão cedo/ Tão cedo

Enquanto for... um berço meu/ Enquanto for... um terço meu/ Serás vida... bem vinda/ Serás viva... bem viva/ Em mim

Será que a noite vira num vilarejo/ vejo a ponte que levara o que desejo/ admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu/ Enquanto for... um terço meu/ Serás vida... bem vinda/ Serás viva... bem viva/ Em mim"

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"

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Porque essa musica me transmite um misto de tristeza e beleza, quase uma alegria por estar triste e ela me da uma saudade danada de um sentimento de completude que eu experimentei poucas vezes na vida. E porque eh exatamente isso ai que eu to sentindo hoje: uma saudade danada.
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ps1: amanha eu vou pra praia. \o/
ps2: a interrogacao voltou pro teclado e se foram os acentos...